A EDUCAÇÃO É UMA INDÚSTRIA, E AS INDÚSTRIAS TÊM DE SE TRANSFORMAR

CONVERSA COM Prof. Miguel Mira da Silva

Apesar de ser um motor de transformação social e económica, a Educação é também uma indústria. À medida que o ritmo da inovação aumenta, está a tornar-se claro o choque entre os operadores estabelecidos e os desafiadores, à medida que novos sistemas educativos, novas ferramentas de aprendizagem e paradigmas educativos começam a emergir.
Deverão estas novas abordagens substituir o nosso sistema educativo tradicional? Qual deverá ser o melhor equilíbrio entre conservadorismo e progresso, e qual será o melhor caminho para potenciar a experimentação numa indústria muito tradicional.
Como líder em inovação no INESC-INOV e professor de TIC, o Prof. Miguel Mira da Silva tem vindo a implementar diferentes experiências de aprendizagem utilizando a gamificação e o e-learning na Universidade de Lisboa, sendo responsável pelo programa de mestrado em e-learning mais bem sucedido em Portugal. Nesta conversa, reunimos lições aprendidas com as suas experiências e discutimos como estas novas experiências podem complementar e melhorar os nossos sistemas educativos tradicionais e abordar a necessidade de mudança imposta pelas novas gerações.

ASSISTA AO VÍDEO COMPLETO NO YOUTUBE

Takeways

mas os jovens são muito diferentes de há 30 anos atrás. Face a estas mudanças sociais, a educação está cada vez mais desajustada.

deve mudar. "A procura das empresas em Portugal é muito baixa" e do lado da oferta, existe um conjunto de necessidades básicas de vida das empresas (por exemplo, "gerir um projecto, fazer uma apresentação em público, escrever um relatório", etc.) que os estudantes após os seus bacharelatos e mestrados não sabem como fazer.

contudo, o experimentalismo é muito difícil no ensino, tendo em conta o facto de a maior parte do financiamento da educação vir do Estado e as regras muito rigorosas na construção dos cursos. Isto condiciona a evolução do ensino e "os sistemas que não evoluem acabam por cair".

e as indústrias são, por natureza, conservadoras. Os incumbentes baseiam as suas ações no que funcionou no passado e no que os levou ao sucesso. No entanto, o que existe está sempre a mudar e é necessário monitorizar, é necessário "trazer novos modelos de negócio, baseados em novas tecnologias" para que seja possível fazer "cada vez melhor e com mais qualidade".

contudo, o ensino superior como o conhecemos não deve ser a mono-solução do sistema. Vários sistemas de ensino podem coexistir, alguns mais teóricos, outros mais práticos que, no seu conjunto, respondem melhor às ambições de cada estudante e às necessidades da sociedade. Parte do ensino pode ser mais iterativo, mais prático, mais experimental.

RECEBA NOVIDADES NO SEU E-MAIL